Em obras, ferrovia já emprega 11 mil


SALGUEIRO - A obra da Ferrovia Transnordestina, que liga os portos de Suape e Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI), alcançou seu pico de atividade. São mais de 11 mil trabalhadores nos 18 lotes em operação, distribuídos nos Estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. Ontem, em visita de despedida à obra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Missão Velha (CE), assinou contrato para a instalação de mais dez lotes, totalizando 28. Considerada uma das obras mais importantes para a economia do Nordeste e com um dos maiores orçamentos do PAC (R$ 5,4 bilhões), a Transnordestina teve obras iniciadas em 2006. Depois de muito atrasos, motivados pela dificuldade nas desapropriações, intrincados licenciamentos ambientais e complexa engenharia financeira, a previsão da Transnordestina Logística (TLSA) é que a ferrovia esteja pronta no primeiro semestre de 2012. A TLSA é a dona da obra e controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Apesar de só ter entrado no empreendimento em 2009, a Odebrecht promete fazer a obra deslanchar. Dos 1.728 quilômetros da ferrovia, a empreiteira é responsável por nada menos que 1.200 km, distribuídos em 17 lotes. “Nossa previsão é entregar nossa parte em outubro de 2012. Para isso estamos empreendendo um esforço gigantesco. Temos hoje 11.300 operários e vamos contratar pelo menos mais 2.200 para atender aos três novos contratos que foram assinados, ontem, na presença do presidente Lula”, adianta o diretor de contrato da Odebrecht com a TLSA, Paulo Falcão.

O executivo afirma que em Pernambuco, onde a empreiteira tem 9 lotes (100% do total), pelo menos 27% das obras de infraestrutura foram executadas. Ele explica que a construção da ferrovia é realizada em duas etapas. A primeira é a infraestrutura, onde são realizados os serviços de terraplenagem e a preparação para a colocação de dormentes e trilhos, que prevê escavações de bueiros e a construção de pontes e viadutos. Depois dessa fase mais complexa é que tem início a chamada superestrutura.É quando a ferrovia parece ganhar forma, com a colocação de dormentes, trilhos e brita. “Nossa perspectiva é começar a superestrutura é entre fevereiro e março de 2011”, afirma Falcão, com a experiência de quem já tocou obras como a da BR-101 e a terraplenagem da Refinaria Abreu e Lima.

GIGANTE

Tudo na obra é grandioso. O consumo de cimento só no trecho construído pela Odebrecht será de 400 mil toneladas. O volume é suficiente para erguer 30 estádios de futebol. Em novembro deste ano, a empresa chegou a enfrentar falta do insumo. Foi necessário negociar a importação de uma carga com fornecedores chineses para garantir o abastecimento. “Agora a situação está normalizada. A Votorantim (principal fornecedora da obra) conseguiu retomar o abastecimento”, afirma Falcão, mostrando uma fila de 15 caminhões esperando para descarregar.

Também é da Odebrecht a maior fábrica de dormentes do mundo. Com investimento de R$ 115 milhões, a unidade consegue fabricar 4.800 estruturas por dia para abastecer os contratos da própria empresa e de outras empreiteiras. No local também funciona um estaleiro de solda, que vai unir os trilhos importados da China com 24 metros, em estruturas gigantes de 240 metros. Depois de soldados, os trilhos seguem em carretas-vagão para os canteiros de obra. O estaleiro consegue produzir 180 soldas elétricas por dia.

Fonte: Jornal do Commercio
 
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