Principal polo de atração de investimentos de Pernambuco, o Complexo de Suape representa também o sonho do emprego para muitos trabalhadores. Até o próximo ano, só os grandes projetos como a Refinaria Abreu e Lima, a PetroquímicaSuape e o Estaleiro Atlântico Sul vão abrir cerca de 19 mil postos de trabalho. A maior parte das vagas é para atuar nas obras de construção e montagem dos empreendimentos, mas também é possível prestar concurso público (no caso das empresas estatais) e concorrer a um posto quando as indústrias entrarem em funcionamento. A grande demanda por mão de obra aumenta as chances de contratação, mas também exige a aposta em qualificação profissional.
A gerente geral da Agência do Trabalho em Pernambuco, Angela Mochel, calcula que Suape já responde por 10% do total de profissionais encaminhadas pela entidade às empresas contratantes no Estado. Para atender a esse crescimento da procura, desde 2008 a Agência criou uma equipe especializada para a região. “A primeira orientação para o trabalhador que quer atuar em Suape é saber o que ele quer fazer. Nas palestras que fazemos para os jovens, muitos acham que vão atuar na área administrativa e tecnológica quando, por enquanto, o grosso das vagas está na construção civil”, diz.
Angela alerta que é preciso conscientizar os jovens sobre a importância e dignidade de algumas profissões e reeducá-los para o mercado de trabalho. “A figura do carpinteiro, do montador e do pedreiro, por exemplo, ainda é vista por eles como um bico, que seus pais pegavam quando estavam sem emprego. Mas agora o cenário é outro. É possível conseguir emprego nessas categorias, as empresas estão buscando esses profissionais”, afirma. Ontem, o JC publicou uma matéria mostrando que o aquecimento na construção civil está acelerando o ritmo de contratações na área. Alguns profissionais, a exemplo do carpinteiro, estão escassos no mercado.
O presidente do sindicato da construção pesada (Sintepav), Aldo Amaral, destaca que o cenário de oferta menor do que a demanda também está elevando os salários. Na última negociação, a categoria conseguiu reajuste de 10%. “Um lixador, que tem o salário inicial de R$ 1,2 mil, consegue negociar um valor bem melhor em função da disputa pelos profissionais entre as empresas”, pontua.
“Outra boa notícia é que o mercado também está mais flexível com relação a idade. Recentemente, tive a satisfação de encaminhar para uma empresa um homem com mais de 50 anos”, comemora Angela Mochel. Ela reforça que já não é dificuldade recolocar no mercado pessoas a partir dos 40 anos, o que antes era uma limitação. Angela orienta os profissionais a fazerem seu cadastro na Agência do Trabalho e atualizá-lo sempre que mudar de endereço ou telefone para facilitar a localização.
Hoje, a Agência conta com 1,8 milhão de pessoas cadastradas. Para quem busca uma vaga em Suape, o mais adequado é procurar as unidades de Ipojuca, Escada e Cabo de Santo Agostinho, além da unidade central, na Boa Vista. A dica é levar RG, CPF e carteira de trabalho, além de um currículo atualizado. “Até junho de 2011, o Ministério do Trabalho deverá lançar um programa na web, que vai facilitar o cadastramento dos trabalhadores, que só vão precisar comparecer à Agência na hora de confirmar seus dados e ser encaminhado à empresa. Isso vai evitar filas e agilizar o atendimento”, acredita Angela.
Oportunidades
O maior número de vagas em Suape será ofertado pelas empreiteiras contratadas para fazer a construção e a montagem da Refinaria Abreu e Lima. Outra obra que vai demandar quase 700 profissionais, de imediato, até novembro deste ano é a PetroquímicaSuape (veja arte ao lado). A Odebrecht lidera os consórcios responsáveis pela construção e é responsável pelas contratações. Além dos grandes empreendimentos, várias indústrias e obras de infraestrutura estão se multiplicando em Suape. O caminho é acompanhar o mapeamento das oportunidades feito pela Agência do Trabalho e batalhar por um espaço nessa fase próspera da economia pernambucana.
Com informações Jornal do Commercio
