Deputados debatem problemas de Porto de Galinhas com moradores, empresários e poder público

Falta de saneamento básico, de escolas, de fiscalização ambiental, de habitação, ruas inacessíveis, posto de saúde inativo, desorganização total da orla, drogas, prostituição infantil, insegurança e crescimento desordenado. Foram inúmeros os problemas apontados por moradores, empresários e freqüentadores de Porto de Galinhas, durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente, realizada hoje no local, a pedido do deputado Daniel Coelho.
“Esta audiência dá início a um trabalho de acompanhamento e fiscalização da situação em Porto de Galinhas, que, para ser democrático, precisava começar ouvindo quais as dificuldades e os apelos da população local”, esclarece Daniel. “Agora, vamos buscar, pontualmente, mais detalhes junto aos órgãos competentes e soluções para as questões elencadas”.
Muitos dos que estavam presentes mostraram grande preocupação com a capacidade de carga e o impacto de Suape na região. “A prefeitura nos fala de um aumento de 12 mil para 15 mil leitos. De uma elevação de 1.500 para 50 mil turistas argentinos. Mas há capacidade para isso?”, questionou Marco Aurélio, proprietário de pousada no local. “Os corredores ecológicos estão sendo destruídos, cerca de 50% das pousadas estão arrendadas, estamos trocando turistas por operários, não há planejamento para nada”.
Fabiana Onório, empresária e ambientalista, reforçou a questão: “Desmataram 800 hectares de mangue em Suape só porque algumas empresas não queriam se instalar mais longe pelo custo com transporte. Por essas e outras Suape está se tornando o maior problema ambiental de Porto de Galinhas”.
Coordenador do litoral sul, Othon Araújo informou que 14 pousadas já foram notificadas por conta de arrendamento e podem ser embargadas. O secretário de turismo, Diego Jatobá, afirmou que Porto cresce mais do que a China e que as ações necessárias para esse desenvolvimento estão sendo adotadas.
O secretário de tecnologia e meio ambiente de Ipojuca, Erivelton Lacerda, reconheceu a existência de falhas administrativas, mas destacou os avanços, como a própria criação da secretaria. “Estamos construindo 525 casas em Camela, ordenando as visitas aos arrecifes de corais e ainda este mês lançaremos o programa Blitz Ambiental. Câmeras serão instaladas para ajudar na fiscalização. Os bugueiros agora têm registro e qualificação”, disse.
A audiência foi coordenada pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente, Sebastião Rufino, e contou com a presença do deputado Carlos Santana, delegados de polícia, representantes da área ambiental da CPRH e de entidades civis, jangadeiros e muitos moradores. A sala, no Hotel Armação, ficou lotada.
“Estou encaminhando pedido de informações detalhadas sobre saneamento, policiamento, fiscalização e outras questões apontadas no encontro”, informou Daniel Coelho. “Ipojuca tem 42 quilômetros de orla, não é fácil fazer um trabalho em um litoral deste porte, mas é necessário. A Assembleia vai acompanhar tudo de perto”.
 
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