Várias empresas estão com vagas abertas para todos os cargos, de pedreiro a engenheiro. Salários têm subido acima da média por conta da procura. Algumas construtoras estão perdendo negócios por causa da ausência de pessoal qualificadoJornal do Commercio, por Viviane Barros Lima
O setor da construção civil está vivendo um ótimo momento e isso se reflete na mão de obra. Pelo menos mil vagas estão abertas na área no Grande Recife. São postos de trabalho em empresas de todos os portes. Há vagas para carpinteiro, gesseiro, ferreiro, pedreiro, técnico em edificações e até engenheiro. O mercado está bom para os trabalhadores, que são disputados pelas empresas e estão vendo seus salários aumentaram acima da média por causa disso.
Há muita procura por empregados qualificados. Está difícil formar uma equipe para iniciar uma obra. Têm vagas para todos os cargos dentro da construção, com exceção do de servente, explica o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi), Alexandre Mirinda.
Somente a Moura Dubeux, que hoje tem cerca de 40 obras sendo feitas simultaneamente, vai abrir 800 vagas até o final do ano. Já dobramos o número de funcionários este ano em comparação com o ano passado e ainda vamos precisar de mais gente. Hoje já temos cerca de 3.200 funcionários, informa o gerente de Recursos Humanos da empresa, Marcos Pereira.
Na Construtora Conlar, há vagas para dois cargos específicos, o de carpinteiro e o de ferreiro. O diretor da empresa Jair Teixeira diz que o primeiro é encarregado de fazer as formas de madeira para fazer as vigas e pilares. O segundo faz as dobras no ferro que é usado dentro da estrutura do prédio. Tivemos um leve atraso em uma das nossas obras, porque tivemos dificuldades para montar a equipe de carpinteiros, completa Teixeira.
As empresas menores, que prestam serviço para as grandes construtoras, também sofrem com a falta de mão de obra. Essa carência acaba impedindo o crescimento dos negócios porque o empresário fica proibido de aceitar novos pedidos. Hoje tenho apenas 15 funcionários na minha empresa, mas precisaria de uns 150. O problema é que você não encontra gente capacitada. Presto serviço para 30 construtoras e não posso pegar outros contratos porque não tenho gente suficiente para atender os pedidos. Perdemos um contrato enorme de uma empresa que vai se instalar no Porto de Suape, lamenta Adriano Bandeira, um dos sócios da Cone Engenharia e Instalações LTDA. A empresa procura instaladores elétricos e hidráulicos.
Quem também está perdendo dinheiro com a falta de pessoal qualificado é o diretor da Gesso Rosarinho Inaldo Lima. Segundo ele, a empresa precisa de mais 100 gesseiros para ocupar vagas em três segmentos: paredes divisórias, revestimento e forro e decoração. Hoje presto serviço para 10 construtoras e pessoas físicas também. Só não aceito mais pedidos porque falta gente para fazer o trabalho, reclama Lima. A Gesso Rosarinho tem 39 funcionários.
SALÁRIOS
A falta de mão de obra tem trazido uma ótima vantagem para quem já está empregado, o aumento dos salários acima da média. Há uma disputa entre as empresas da construção civil que fazem propostas para funcionários capacitados das concorrentes e estas, para não perder os empregados, aumentam os salários e as vantagens trabalhistas. Pedro Macedo, técnico em edificações da Moura Dubeux, é um exemplo disso. Ele trabalha há pouco mais de três anos na empresa e de 2009 pra cá, seu salário subiu 20%. Tudo para ele não ir trabalhar em uma concorrente. Recebi propostas recentes de outras grandes construtoras. Mas preferi ficar na Moura Dubeux. O salário melhorou e ainda tenho vários benefícios como plano de saúde e tíquete alimentação, explica Pedro, que tem apenas 25 anos e bastante experiência na área. Ele já trabalhou na Pernambuco Construtora e na Gabriel Bacelar e, com o objetivo de ganhar mais, está terminando o curso de engenharia no ano que vem. Um engenheiro em início de carreira tem um salário que fica entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Acho que vou passar a trabalhar na Moura Dubeux como engenheiro, comemora. Segundo ele, todos os seus colegas de classe já receberam propostas de emprego.
O pedreiro Daniel Antônio da Silva, 39 anos, também comemora o aquecimento do mercado. O pessoal dessa área não fica sem trabalho. Estou satisfeito na Moura Dubeux, mas já recebi várias ofertas de emprego, inclusive para trabalhar no Porto de Suape, informa.
Fonte: http://www.agenciat1.com.br
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