Pesquisa feita pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que a taxa de juro praticada pelas instituições financeiras e pelo comércio teve uma pequena queda no mês passado. A taxa média cobrada das pessoas físicas caiu de 6,90% ao mês para 6,85%. À exceção da taxa rotativa do cartão de crédito, que permaneceu estável em 10,69% ao mês, as demais caíram.
Parece pouco, mas é um bom sinal. Coisas lá de fora e daqui de dentro contribuíram para esse pequeno alívio nos bolsos. Lá fora, o cenário ficou menos turbulento, as grandes economias voltam a crescer e os bancos começam, gradualmente, a liberar mais dinheiro. Por aqui dentro, o clima de concorrência é grande, mesmo com os processos de fusões se acelerando – marcas tradicionais como Unibanco, Real e Nossa Caixa, gradualmente desaparecendo.
Os bancos privados estão querendo recuperar o espaço perdido para os públicos durante a crise. E para isso baixam os preços (juros) da sua mercadoria (o dinheiro). E a economia vai bem, em um ritmo bem aquecido. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central encerrou o semestre com uma alta de 6,06% em comparação ao mesmo período de 2009. É um ritmo pouco abaixo das projeções para o crescimento da economia brasileira, que é de 7,12%.
Outra boa notícia que vai ajudar a conter os juros é a baixa inadimplência. O percentual de atrasos superiores a 90 dias nas carteiras de empréstimos para pessoas físicas é de 6,56%, o menor em quase três anos. Este é o atraso que mais preocupa os bancos, porque é um dinheiro que para ser cobrado do devedor vai exigir mais esforço, inclusive judicial. Quanto menor a taxa de inadimplência, menores os juros e mais possibilidade dos bancos liberarem mais dinheiro.
